
sentou-se á mesa e refletiu...
semanas atrás, vira uma foto linda na revista de culinária .
de uma sobremesa.
infelizmente, estava no consultório de sua dentista, e a receita tinha sido arrancada.
sobrara a foto.
ficou com ela. claro que pediu antes, não iria nunca fazer a mesma coisa que a tal cozinheira misteriosa havia feito:
levar a receita, sem a foto e , sem pedir licença.
então, por que não arriscar?
estava sózinha, leo viajara de manhã e só estaria em casa á noitinha.
se não desse certo, ninguem ficaria sabendo , pensou...
sentiu-se o próprio thomas lieven, e cheia de sabedoria, olhou novamente a foto.
uma camadinha de bolo, que poderia ser substituído por bolachas esfareladas.
foi á procura de bolachas.
inadvertidamente, abriu a porta da geladeira.
ufa, estavam no armário.
riu consigo mesma.
ainda bem que ninguem viu!!!!
não eram as bolachas que imaginou.
eram as bolachas que comprara para a sua cachorra, que adorava comer comida de gente, recheadas de chocolate.
com certeza ela não iria perceber.
ledo engano, lá veio a bonitinha, atraída pelo cheirinho de suas bolachas.
vamos dividir?
ela topou...
esfarelou as bolachas em um pirex e acrescentou a manteiga sem sal que achou na geladeira.
amassou bem.
infelizmente, derrubou um pouquinho na bancada da pia.
ainda bem que a bancada era grande.
arrastou o pirex um pouquinho para a direita, para sair dos farelos.
voltou á foto.
agora sim, era uma camadinha de chocolate.
voltou á despensa, abriu as portas do armário, e procurou o chocolate.
estava guardado dentro de uma lata , embalagem de panetone de algum natal do passado.
não saberia dizer desde quando guardava caixas e latinhas...
contou até trinta.
a bonitinha tinha lambido os farelos de bolacha...
lavou a pia e expulsou-a da cozinha.
estava atrapalhando sua concentração.
voltou a camadinha de chocolate.
parecia mousse.
e´, era mousse!
fez uma receita de mousse.
derrubou creme de leite na pia.
a batedeira estava com a alça quebrada, mas ficou segurando e as claras ficaram em nuvens, digo neve.
kakakakaka
riu alto dessa vez.
a bonitinha voltou assim que ouviu o barulho da batedeira e tentou lamber o creme de leite, já em extase pelo cheiro do chocolate derretido no micro.
não deixou.
mas não a expulsou da cozinha.
precisava de testemunha , para mostrar que estava se esforçando.
lentamente, acrescentou o açúcar ás claras.
interrompeu o trabalho e foi ao computador.
o chocolate tinha que esfriar.
alguns minutos e alguns e-mails lidos depois, voltou á cozinha.
fora ela que ligara o forno?
não se lembrava, mas a luz estava acesa.
apagou o forno.
se leo estivesse em casa, já iria reclamar...
o chocolate ainda estava quente.
resolveu botá-lo no congelador por alguns minutinhos.
voltou ao computador.
o tempo passou rápido.
quando voltou, estava congelado; o chocolate...
ufa!!!!
agora tinha que dar o ponto novamente.
resolveu que não iria mais sair da cozinha, enquanto não terminasse.
agora, esfriar o chocolate.
botou em um lugar mais alto, para a bonitinha não roubar.
a coisa estava complicando.
voltou á foto.
será que tinha frutas vermelhas em casa?
não havia pensado nisso.
abriu a geladeira.
olhou todo o estoque.
nada...
abriu os armários da despensa.
o que será que poderia substituir?
achou um pote de cerejas.
achou que dava.
voltou á bancada da pia.
estava limpa.
contou até trinta duas vezes.
não poderia errar.
misturou as claras e o chocolate, pianisssimo.
ah, ficou lindo.
levou de volta á geladeira .
esperou.
leu uma parte do jornal.
não podia sair da cozinha.
parou e pensou no que deveria fazer com as cerejas.
voltou á foto.
ah, não tinha reparado na camadinha de suspiro em cima da massinha.
voltou á batedeira.
lá se foram mais 4 ovos.
em ponto de suspiro , agora.
ainda segurando a alça da batedeira, acrescentou o açúcar, uma colherada de cada vez.
com a mão esquerda.
era bom para treinar os neuronios.
deu certo.
por isso tinha ligado o forno, agora se lembrava.
enfim, lá se foi a massinha com o suspiro para o forno.
em questão de segundos, lhe pareceu, o suspiro cresceu e transbordou..
continuou olhando, atraves do vidro do forno e viu que agora estava abaixando e já estava dourado, quase queimando.
desligou o forno e botou as luvas.
muito incômodo.
ao retirar o pirex do forno, amassou o cantinho do suspiro.
ufa!!!
contou até trinta.
a bonitinha se assustou, com o calor que saiu do forno , mas é lógico, veio cheirar.
é verdade, cheirava muito bem.
será que se experimentasse iria ficar um buraco?
achou melhor não fazer isso.podia deixar vestígios.
seguiu em frente.
retirou as cerejas do pote e separou o caldo.
botou em uma panela.
apurou bem.
virou uma calda vermelha, espessa e cheirosa.
a bonitinha estava enlouquecida.
esperou esfriar. tirou o mousse da geladeira.
esparramou o mousse por cima do suspiro.
não ficou muito homogeneo.
passou o garfo, formando ondas.
ficou melhor.
esparramou as cerejas, por cima da mousse.
a calda já esfriara.
espalhou a calda com as cerejas.
respirou fundo.
olhou a foto novamente. não tinha nada a ver uma coisa com a outra.
mas o cheiro estava ótimo.
não seria possível não estar gostoso com um cheiro desses, pensou.
olhou em volta e reparou que sua blusa estava respingada de chocolate e calda de cereja...
ficaram algumas falhas na superfície.
raspou tiras de chocolate , e preencheu as falhas das cerejas.
recolheu as raspinhas de chocolate que se esparramaram na bancada.
semanas atrás, vira uma foto linda na revista de culinária .
de uma sobremesa.
infelizmente, estava no consultório de sua dentista, e a receita tinha sido arrancada.
sobrara a foto.
ficou com ela. claro que pediu antes, não iria nunca fazer a mesma coisa que a tal cozinheira misteriosa havia feito:
levar a receita, sem a foto e , sem pedir licença.
então, por que não arriscar?
estava sózinha, leo viajara de manhã e só estaria em casa á noitinha.
se não desse certo, ninguem ficaria sabendo , pensou...
sentiu-se o próprio thomas lieven, e cheia de sabedoria, olhou novamente a foto.
uma camadinha de bolo, que poderia ser substituído por bolachas esfareladas.
foi á procura de bolachas.
inadvertidamente, abriu a porta da geladeira.
ufa, estavam no armário.
riu consigo mesma.
ainda bem que ninguem viu!!!!
não eram as bolachas que imaginou.
eram as bolachas que comprara para a sua cachorra, que adorava comer comida de gente, recheadas de chocolate.
com certeza ela não iria perceber.
ledo engano, lá veio a bonitinha, atraída pelo cheirinho de suas bolachas.
vamos dividir?
ela topou...
esfarelou as bolachas em um pirex e acrescentou a manteiga sem sal que achou na geladeira.
amassou bem.
infelizmente, derrubou um pouquinho na bancada da pia.
ainda bem que a bancada era grande.
arrastou o pirex um pouquinho para a direita, para sair dos farelos.
voltou á foto.
agora sim, era uma camadinha de chocolate.
voltou á despensa, abriu as portas do armário, e procurou o chocolate.
estava guardado dentro de uma lata , embalagem de panetone de algum natal do passado.
não saberia dizer desde quando guardava caixas e latinhas...
contou até trinta.
a bonitinha tinha lambido os farelos de bolacha...
lavou a pia e expulsou-a da cozinha.
estava atrapalhando sua concentração.
voltou a camadinha de chocolate.
parecia mousse.
e´, era mousse!
fez uma receita de mousse.
derrubou creme de leite na pia.
a batedeira estava com a alça quebrada, mas ficou segurando e as claras ficaram em nuvens, digo neve.
kakakakaka
riu alto dessa vez.
a bonitinha voltou assim que ouviu o barulho da batedeira e tentou lamber o creme de leite, já em extase pelo cheiro do chocolate derretido no micro.
não deixou.
mas não a expulsou da cozinha.
precisava de testemunha , para mostrar que estava se esforçando.
lentamente, acrescentou o açúcar ás claras.
interrompeu o trabalho e foi ao computador.
o chocolate tinha que esfriar.
alguns minutos e alguns e-mails lidos depois, voltou á cozinha.
fora ela que ligara o forno?
não se lembrava, mas a luz estava acesa.
apagou o forno.
se leo estivesse em casa, já iria reclamar...
o chocolate ainda estava quente.
resolveu botá-lo no congelador por alguns minutinhos.
voltou ao computador.
o tempo passou rápido.
quando voltou, estava congelado; o chocolate...
ufa!!!!
agora tinha que dar o ponto novamente.
resolveu que não iria mais sair da cozinha, enquanto não terminasse.
agora, esfriar o chocolate.
botou em um lugar mais alto, para a bonitinha não roubar.
a coisa estava complicando.
voltou á foto.
será que tinha frutas vermelhas em casa?
não havia pensado nisso.
abriu a geladeira.
olhou todo o estoque.
nada...
abriu os armários da despensa.
o que será que poderia substituir?
achou um pote de cerejas.
achou que dava.
voltou á bancada da pia.
estava limpa.
contou até trinta duas vezes.
não poderia errar.
misturou as claras e o chocolate, pianisssimo.
ah, ficou lindo.
levou de volta á geladeira .
esperou.
leu uma parte do jornal.
não podia sair da cozinha.
parou e pensou no que deveria fazer com as cerejas.
voltou á foto.
ah, não tinha reparado na camadinha de suspiro em cima da massinha.
voltou á batedeira.
lá se foram mais 4 ovos.
em ponto de suspiro , agora.
ainda segurando a alça da batedeira, acrescentou o açúcar, uma colherada de cada vez.
com a mão esquerda.
era bom para treinar os neuronios.
deu certo.
por isso tinha ligado o forno, agora se lembrava.
enfim, lá se foi a massinha com o suspiro para o forno.
em questão de segundos, lhe pareceu, o suspiro cresceu e transbordou..
continuou olhando, atraves do vidro do forno e viu que agora estava abaixando e já estava dourado, quase queimando.
desligou o forno e botou as luvas.
muito incômodo.
ao retirar o pirex do forno, amassou o cantinho do suspiro.
ufa!!!
contou até trinta.
a bonitinha se assustou, com o calor que saiu do forno , mas é lógico, veio cheirar.
é verdade, cheirava muito bem.
será que se experimentasse iria ficar um buraco?
achou melhor não fazer isso.podia deixar vestígios.
seguiu em frente.
retirou as cerejas do pote e separou o caldo.
botou em uma panela.
apurou bem.
virou uma calda vermelha, espessa e cheirosa.
a bonitinha estava enlouquecida.
esperou esfriar. tirou o mousse da geladeira.
esparramou o mousse por cima do suspiro.
não ficou muito homogeneo.
passou o garfo, formando ondas.
ficou melhor.
esparramou as cerejas, por cima da mousse.
a calda já esfriara.
espalhou a calda com as cerejas.
respirou fundo.
olhou a foto novamente. não tinha nada a ver uma coisa com a outra.
mas o cheiro estava ótimo.
não seria possível não estar gostoso com um cheiro desses, pensou.
olhou em volta e reparou que sua blusa estava respingada de chocolate e calda de cereja...
ficaram algumas falhas na superfície.
raspou tiras de chocolate , e preencheu as falhas das cerejas.
recolheu as raspinhas de chocolate que se esparramaram na bancada.
deu para a bonitinha.
limpou primeiro as bordas do pirex e limpou a bancada da pia pela enesima vez.
contemplou a sua obra.
não era a sobremesa da foto, com certeza.
precisava batizar essa sobremesa.
mas isso era para depois que experimentassem.
guardou na geladeira.
limpou a bancada.
subiu e tomou um belo banho.
suspirou e contou até trinta.
sentiu-se muito bem.
resolveu tirar uma foto de sua sobremesa , para a caixa de memória, com uma cópia para deixar no consultório da dentista, com a receita junto, e´claro.
sorriu intimamente, e pensou em quanto eram maravilhosas essas aulas de culinária.
pena que só eram no sábado.
economizou um ano de terapia.
limpou primeiro as bordas do pirex e limpou a bancada da pia pela enesima vez.
contemplou a sua obra.
não era a sobremesa da foto, com certeza.
precisava batizar essa sobremesa.
mas isso era para depois que experimentassem.
guardou na geladeira.
limpou a bancada.
subiu e tomou um belo banho.
suspirou e contou até trinta.
sentiu-se muito bem.
resolveu tirar uma foto de sua sobremesa , para a caixa de memória, com uma cópia para deixar no consultório da dentista, com a receita junto, e´claro.
sorriu intimamente, e pensou em quanto eram maravilhosas essas aulas de culinária.
pena que só eram no sábado.
economizou um ano de terapia.
batizamos a sobremesa de " DELÍRIO DE CHOCOLATE "
Nenhum comentário:
Postar um comentário